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Cultura: Serviço Essencial

No próximo dia 8 de Junho teremos a honra de estar com Hugo Cruz (criador e programador cultural), Madalena Victorino e Giacomo Scalisi (Directores Artísticos do Lavrar o Mar), Márcio Laranjeira (Lovers&Lollypops) e Vera Mantero (bailarina e coreógrafa, O Rumo do Fumo) no Debate “Cultura: serviço essencial” promovido pela Acesso Cultura.

 

O programa “Cultura para Todos”, que visa a inclusão social através da cultura, deixou de ser prioritário. Verbas que não foram ainda comprometidas (algumas simplesmente porque não foram ainda assinados os contratos) serão alocadas a medidas de mitigação dos efeitos directos da pandemia – por exemplo, a aquisição e produção de equipamentos de saúde e bens de protecção. Uma nova linha de financiamento, “Programação Cultural em Rede”, privilegia programação cultural com potencial para alavancar o turismo e permite uma diferente abordagem – mais abrangente em termos de públicos.

Estes esclarecimentos por parte de vários agentes governamentais provocaram um debate aceso por várias razões: pela visão que se tem da Cultura e do seu papel na sociedade; pelo entendimento que se tem da cultura democrática; pelo menosprezo que parecem manifestar em relação ao trabalho com pessoas habitualmente excluídas da vida em sociedade em geral, e da participação cultural em especial; pela hierarquização dos serviços considerados essenciais para os cidadãos, onde, por exemplo, a Saúde é mais essencial que a Cultura.

E é. Dito isto, durante o estado de emergência, e agora de calamidade, a maioria dos portugueses recorre mais aos serviços de Cultura do que (felizmente) aos serviços de Saúde. Uma coisa é tão essencial como a outra.

Porque os temas associados a este assunto são muitos, neste debate (que pode ser o primeiro de muitos) gostaríamos de nos concentrar num aspecto específico. Partindo do pressuposto que a Cultura é um bem essencial, de que forma é encarada pelos profissionais do sector e pelas tutelas? Qual a linguagem que usam para se posicionarem em relação a este facto? Como se sentem enquadrados nas lógicas económicas e sociais do país? Um bem essencial necessita de “apoios” ou de investimento? Um bem essencial é servido por profissionais que recebem honorários ou por aficionados que recebem caridade? O apoio/investimento visa sustentar os profissionais do sector ou garantir o direito de acesso de todos os cidadãos à fruição e criação cultural?

Debate online: link de acesso

2 de Junho de 2020

Posted on Terça-feira, Junho 2nd, 2020.